Encontro [2]
Quando abre os olhos apercebe-se instintivamente de que Mariana já não está na cama. Senta-se. Passa os dedos pelo cabelo. Puxa-os. Numa suspensão interminável revê a noite anterior. A saia plissada que ondulava graciosamente nas suas pernas. O corpo esbelto que, inexplicavelmente, parecia só agora reparar. A elegância dos gestos. A emoção ao vê-la sorrir. Os olhos, castanhos brilhantes, que lhe sorriam libidinosamente. As palavras não proferidas mas deveras esclarecedoras.
Pergunta a si próprio se todas as relações têm momentos como aquele. Momentos em que cada um tem plena consciência das necessidades do outro. Nem um passo a mais ou a menos. Sente-se exposto. Deita-se. Que sentimentos perduram ainda? Porque não está Mariana deitada a seu lado?
Pergunta a si próprio se todas as relações têm momentos como aquele. Momentos em que cada um tem plena consciência das necessidades do outro. Nem um passo a mais ou a menos. Sente-se exposto. Deita-se. Que sentimentos perduram ainda? Porque não está Mariana deitada a seu lado?
11 comentários:
Por acaso cheguei ao teu Blog e tenho de reconhecer que gostei bastante. Vou linkar-te ao meu Blog joaninha porque não vou deixar
de te ler.
Joaninha, bem-vinda. Gostava de te visitar mas não deixaste link...
Volta sempre.
http://blogfrau.blogspot.com/ - com muito gosto te verei pelo meu canto.
Não sei porquê, acontece por vezes, ficar com o perfil interdito. Vou ver o que se passa. Já te linkei.
Voltarei
Todas diferentes...todas iguais...as relações.
;)
Não é a vida feita de momentos? De (des)encontros? E de perguntas? Retóricas.
Mais uma pequena história tão bem contada, como é teu apanágio...
Acredito em momentos de uma clareza tal que, de repente, vislumbramos aquilo que sempre esteve diante de nós. Porquê naquele momento? Para isso não tenho resposta.
Beijos!
... deixa-se levar pelos seus passos na cidade a desfazer-se em transpira�o. No Rossio e de entre a multid�o destaca-se uma mulher que veste uma camisa t�o, t�o igual �quela que ele mais gosta e usa e que sem qualquer explica�o plaus�vel a perdeu de vista. � sua camisa, entenda-se (que o homem da loja londrina lhe garantiu ser �nica... ), que � mulher que traja uma camisa t�o, t�o igual a essa, est� cada vez mais pr�xima dele. E quando se cruzam n�o se cont�m: "Desculpe. Eu sou o Luis. E voc� como se chama?" Sem se perturbar ela responde: "Eu sou a Mariana." Os olhos dele sorriem: "�ptimo, �ptimo. N�o sei se reparou mas n�s estamos no Encontro (2). N�o se importa de descer comigo ao Encontro (1) para ver se consigo perceber como � que a minha camisa se encontra no seu corpo?!"
Aflores – As relações são uma espécie de molho acre-doce.
Rui – Os momentos (ou a falta deles), os (des)encontros... tudo malefícios da felicidade.
Jade – Sempre simpática. Love and ligth!
Legível - ...Mariana hipnotizada (não se sabe se pelo cabelo desgrenhado se pelo sopro de frescura – naquele dia abrasador – que Luís pareceu trazer-lhe ao dirigir-lhe a palavra) segue-o...
... Porque caiu da cama abaixo? :-P
Belas linhas, estas e as que me teceste! :-)))
Quero desejar-te umas férias à maneira; e até um dia destes...
Com um abraço!
Muito bonito. Terno e sensual. E não será de momentos como este, de descobertas e de incertezas que se alimenta o amor?
Eis um reencontro por causa do desencontro! Já vai tanto tempo porque o tempo é tão curto... Como sempre adorei o conto!
Beijinhos, lu
Enviar um comentário